terça-feira, 26 de março de 2013

Escolha da camiseta mais bonita

Pessoal, o Jeferson está organizando a votação de escolha de uma camiseta de Judô, ele mandou algumas opções para tomarmos como base, precisamos da sua opinião e sugestão, se estiver interessado pode reservar, para que tenhamos a noção exata da demanda:





domingo, 24 de março de 2013

2013 - NOVAS REGRAS PARA O JUDÔ




No ano de 2009, o judô competitivo sofreu alterações nas regras que deixaram muitos praticantes chateados. Durantes as competições até as Olimpíadas de Londres 2012, muitos atletas ainda estavam sendo eliminados das competições por conta das mudanças nas regras no que diz respeito à catadas de perna. Pois bem, a Federação Internacional de Judô (FIJ) anunciou novas regras para o período de 2013.
Estas novas regras serão aplicadas a partir do Grand Slam de Paris, até o Mundial do Rio. Após este período, a FIJ irá avaliar o desempenho durante as competições que ocorrerão em 2013 e irá decidir se as novas regras serão definitivas ou não.
Mudanças nas regras do judô para 2013
1. Árbitros
A partir de 2013, será apenas um árbitro e não três em cada luta. E, para ajudá-lo, um árbitro na mesa de vídeo e com comunicação via rádio com o árbitro central.
2. Ippon
A FIJ quer considerar como Ippon apenas os golpes realmente caracterizados como golpes que poderiam, por exemplo, nocautear o atleta se não fosse ao tatame. Ou seja, que os árbitros sejam mais rigorosos na hora de marcar um Ippon. Além disso, cair em “posição de ponte” será considerado como Ippon.
3. Penalidades
Nas novas regras, o primeiro shido por falta de combatividade será considerado punição. E se um atleta for punido pela quarta vez, será desclassificado (hansoku-make). A diferença principal será que o shido não dará mais pontuação. As pontuações somente serão dadas através de aplicação de golpes. Se uma luta terminar empatada, o lutador com o maior número de shido perderá.
4. Golden Score
Durante o Golden Score, o primeiro que aplicar um golpe válido vence a luta, ou quem receber o primeiro shido perde a luta. O mais significativo é que não haverá mais decisão dos árbitros via hantei, pois não haverá mais limite de tempo durante o Golden Score. A luta tem que ser vencida ou pela aplicação de um golpe válido ou até que um dos atletas seja punido.
5. Imobilizações (osaekomi-waza)
Se a técnica de imobilização começar sendo aplicada na área de luta, mas for movida para fora, a técnica continuará sendo válida. A pontuação e tempo do osaekomi também mudaram. Nas novas regras, com 10 segundos de imobilização o atleta ganha um yuko, 15 segundos um wazari e 20 segundos ippon.
ANÁLISE DAS NOVAS REGRAS
A FIJ parece estar jogando cada vez mais a responsabilidade para os atletas. Atletas que amarram muito a luta terão dificuldade de vencer apenas contando as punições ou decisão dos árbitros. Quem usa a estratégia de ir pra fora da área enquanto imobilizado também vai ter problema.
Aparentemente são mudanças boas. Nas Olimpíadas de Londres de 2012 vimos muitos excelentes atletas perderem porque foram amplamente analisados por seus adversários que fizeram anti-jogo e venceram mais por conta das regras do que por mérito próprio.
Estas novas regras talvez seja uma reação a este tipo de atitude. O Golden Score sem tempo é bastante significativo, pois o atleta vai ter que trabalhar para não tomar um shido por falta de combatividade, tornando a luta mais dinâmica.
Atletas não podem cumprimentar-se apertando as mãos
Antes de entrar especificamente no lado negativo das regras, uma alteração irá causar bastante polêmica. As novas regras proíbem os atletas de apertarem a mão antes da luta. A explicação para esta proibição é a seguinte:
“O Judô é um esporte cujos valores são mundialmente conhecidos e reconhecidos. No judô, há uma ‘cerimônia’, que é aceita por todos e que é parte do DNA do nosso esporte. Deve ser respeitada. É o símbolo do nosso código moral e adverte contra qualquer desvio. Os combatentes serão convidados a realmente respeitar o procedimento de cumprimento como foi definido desde a invenção do judô. No início do combate, não será permitida a utilização de outros sinais de cumprimento além do cumprimento tradicional. No final da luta, após o cumprimento, os combatentes estão autorizados a apertar a mão e felicitar-se com respeito.” (FIJ)
1. Punições com Hansoku-make – Qualquer ataque ou defesa com uma ou duas mãos/braços realizados abaixo da linha da faixa, durante o tachi-waza.
Ou seja: está eliminado qualquer tipo de golpe de catada de perna. Antes, ainda havia três possibilidades para a utilização de técnicas de catada de perna. Agora, as catadas foram excluídas por completo. Eis a explicação desta mudança, segundo a FIJ:
“O objetivo do judô, como já foi apontado, é simples: marcar o Ippon. Para isso, existem muitas possibilidades, o que torna o judô um esporte espetacular, mas ainda assim, uma atividade técnica. Uma maior clareza é necessária para torná-lo mais compreensível para o judoca em si, para torná-lo mais fácil de avaliar, mas também fazê-lo mais acessível ao público. As catadas de perna diretas foram banidas das competições de judô nos últimos anos. Os efeitos são evidentes: algumas técnicas desapareceram em benefício do reaparecimento de movimentos espetaculares que não podiam ser executados devido à posição dos combatentes. A exceção feita para agarrar perna diretamente, no caso da pegada cruzada, fez a arbitragem ainda mais complicada, apesar da intervenção do vídeo. Por conta disso, qualquer ataque ou bloqueio abaixo da cintura, durante o trabalho em pé, vai agora ser sancionado pelo Hansoku-make, sem exceção.”
Ou seja: um dos preços que a FIJ está pagando para tornar o judô mais bonito, mais atraente ao público e mais fácil de arbitrar é sacrificar uma grande quantidade de técnicas que estão no currículo do judô desde a sua fundação. Técnicas que Jigoro Kano incluiu por serem técnicas eficientes e que atingem o objetivo do judô, que é o Ippon. Se esta regra prevalecer, o judô esportivo estará definitivamente se distanciando do judô criado por Jigoro Kano.
2. Penalizações por Shido:
  • Quebrar a pegada usando as duas mãos;
  • Pegada cruzada, pegada na faixa e pegada no mesmo lado devem ser seguidas imediatamente de ataques. Caso contrário, o atleta será punido com shido;
  • Abraçar o oponente para projetar uma técnica (abraço de urso);
  • Atletas que não entrarem rapidamente no kumikata ou fugirem da pegada do oponente serão punidos com shido;
A explicação da FIJ para estas punições:
“A disputa de pegada (Kumikata) é parte da competição de judô. Buscando a melhor pegada para executar técnicas bonitas é algo lógico e necessário. Mas, para evitar que o oponente faça sua pegada, se não houver nenhum ataque imediato, não é construtivo. Recentemente, verificou-se que o processo de bloqueio do adversário tornou-se predominante em muitas lutas, levando a longos e chatos combates. Assim, as decisões foram tomadas para corrigir este objetivo. O objetivo não é impedir o trabalho de kumikata, mas torná-lo mais ativo e construtivo.”
De fato, muitos atletas foram prejudicados por conta do anti-jogo através do kumikata. Entretanto, às vezes é importante alcançar a pegada ideal escalando outra pegada, fazendo uma pegada cruzada por alguns segundos para incomodar o oponente e assim pegá-lo desprevenido, dentre outras estratégias. O que a FIJ quer é que a competição de judô seja quase um evento de “joga-joga”. E mais uma vez, parece que o judô esportivo se tornará cada vez mais distante do judô criado por Jigoro Kano.
Estes dois aspectos da nova regra são muito negativos e prejudiciais para o judô. Se por um lado as competições ficarão mais bonitas, mais plásticas, mais fáceis de arbitrar e mais compreensíveis para o público leigo, por outro lado, não serão mais competições de Judô, mas de outra luta baseada no judô de Jigoro Kano.


Matéria: Judô Carioca
Escrito pelo professor Francisco Arroio