quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Aula de Judô com a Professora Juliana Miki Aoyama


Agora a Associação Jutaisô, conta com aula de Judô no período da manhã, com a Prof.ª Juliana, saiba mais informações.

Judoca tem que estudar


Em fevereiro de 1882, no templo de Eishoji de Kita Inaritcho, bairro de Shimoya em Tóquio, Jigoro Kano inaugura sua primeira escola de judô, denominada Kodokan (Instituto do Caminho da Fraternidade), já que "Ko" significa fraternidade, irmandade; "Do" significa caminho, via; e "Kan" instituto.
A Kodokan estava localizada no segundo andar de um templo budista Eishoji de Kita Inaritcho, onde havia doze jos (jo medida de superfície, módulo de tatame). O primeiro aluno inscreveu-se em 05 de junho de 1882, chamava-se Tomita. Depois vieram Higushi, Arima, Nakajima, Matsuoka, Amano Kai e o famoso Shiro Saigo (Sugata Sashiro). As idades oscilavam entre 15 e 18 anos. Kano albergou-se e ocupou-se deles como se fosse um pai. Foi um período difícil, mas apaixonante, o jovem professor não tinha dinheiro e o shiai-jo media 20m², mas a escola progrediu e em breve tornou-se célebre.
A Evolução do Judô Kodokan
Durante alguns anos, o idealizador do moderno ju-jutsu atravessou uma difícil fase, principalmente pela quase ausência de recursos financeiros para a manutenção da academia.
Os mais temidos lutadores da época, impulsionados pela inveja, não se cansavam em desafiar os discípulos de Jigoro Kano. Houve muitos encontros memoráveis com o intuito de testar a eficácia do Judô Kodokan.
Certa vez um lutador, conhecido por Tanabe, venceu os melhores alunos de Jigoro Kano. Tratava-se de um grande especialista em técnicas de shime-waza (estrangulamentos), aplicadas no solo. Tão logo um judoca o projetasse, Tanabe encaixava-lhe um estrangulamento. Dessas derrotas, Kano aprendeu uma grande lição. Era necessário aprimorar o judô nas técnicas de domínio, particularmente as desenvolvidas na luta de solo. Tanabe foi o único lutador que conseguiu vencer os discípulos de Kano.
Os alunos do Kodokan tinham fama de serem imbatíveis. Por isso, eram insistentemente desafiados. Aqueles que conseguiam uma vitória sobre um dos alunos da Kodokan, na certa, cresciam em fama.
Naquela época utilizava-se ainda, o sistema de luta por desistência. Um dos combates que ficou na história foi o de Shiro Saigo contra o mais temido cultor de ju-jutsu da Yoshin-Ryu, numa memorável luta, que parecia interminável. A propósito de Shiro Saigo, foi escrito um belíssimo romance de aventura, contando as suas proezas no judô, com o nome de Sugata Sanshiro, inclusive serviu de enredo a vários filmes.
Mas foi só no final de 1886, após uma célebre competição, contra várias escolas de ju-jutsu, organizada pela polícia, que definitivamente ficou constatado o grande valor do Judô Kodokan. O resultado dessa jornada constituiu-se num marco decisivo na aceitação do judô, com o reconhecimento do povo e do governo que passaram oficialmente a prestigiar o Judô Kodokan. Depois da célebre vitória de 1886, como ficou conhecida, o Judô Kodokan começou a progredir com passos confiantes.
A fórmula técnica do Judô Kodokan foi completada em 1887, enquanto a sua fase espiritual foi gradativamente elevada até a perfeição, aproximadamente, em 1922. Nesse ano a Sociedade Cultural Kodokan foi inaugurada e um movimento social foi lançado, com base nos axiomas Seryoku Zen’Yo (máxima eficácia) e Jita Kyoei (prosperidade e benefícios mútuos).
Entretanto, em 1897, quando a Kodokan estava instalada em Shimotomizaka, possuindo uma área de 207 tatames, o governo japonês funda uma escola nacional, que congregaria todas as artes marciais, a Butokukai.
Apesar de Jigoro Kano ter idealizado o judô, em pouco tempo a Butokukai tornar-se-ia uma respeitável rival da Kodokan. Posteriormente, as escolas superiores e profissionais da Universidade de Tóquio fundariam uma outra entidade, a Kosen. Como é fácil adivinhar, a Butokukai e a Kosen começaram a competir com a Kodokan. A Kodokan tinha perdido a sua hegemonia, por outro lado, era o judô que ganhava um maior número de praticantes.
Jigoro Kano, com a finalidade de iniciar uma campanha de divulgação do judô, no ocidente, em 1889, visita a Europa e os Estados Unidos da América, proferindo palestras e demonstrações.
Em 1909, um fato marcante parecia devolver a hegemonia do judô a Kodokan. O governo japonês resolve tornar a Kodokan uma instituição pública, uma vez que a prática do judô estava tendo ótima aceitação.
Com a mulher japonesa começando a entusiasmar-se pela prática do judô, em 1923, a Kodokan inaugurou um departamento feminino. Em 1934, a Kodokan estaria instalada em edifício de três andares, ocupando uma área de 2000m², aproximadamente.
Nessa época o judô começava a ser introduzido em quase todas as nações civilizadas do mundo, todavia, no ocidente o termo ju-jutsu ainda era empregado, embora o nome Jigoro Kano fosse citado.
Em 1937, o Conselho da Indústria do Turismo, órgão do governo japonês, editava a tradução em inglês do primeiro livro escrito por Jigoro Kano denominado Judô (Ju-Jutsu).
Nessa obra o judô é abordado sob vários aspectos inclusive tecia inúmeras considerações sobre o atemi-waza (técnicas de ataque a pontos vitais), todavia, nenhuma linha era escrita sobre as regras de competições.
Como em 1938, o Japão começava a sentir a guerra, os militares deram um valor especial às chamadas artes marciais, que começaram a ser praticadas em todo Japão, com um real espírito guerreiro (bushido). A Butokukai recebia alunos de todas as partes do Japão para a cultura do ju-jutsu, do kendô (espécie de esgrima japonesa), do karatê e do kyudô (arte de atirar flechas), para uma real aplicação durante a guerra.
Após a guerra, todas as atividades que inspirassem o bushido, foram proibidas pelos norte-americanos. Os japoneses não mais podiam praticar o judô. Entretanto, em 1946, os professores da Kodokan foram autorizados a ensinar o judô às tropas norte-americanas. Conhecendo o real espírito do judô de Jigoro Kano, os norte-americanos liberaram a sua prática, inclusive nas escolas, por não a considerar uma perigosa arte marcial, tempos depois.
Em 1948, é fundada a Federação Nacional de Judô, iniciando-se os primeiros campeonatos de âmbito nacional, depois da guerra. A Butokukai havia sido definitivamente interditada e a Kosen, ficaria subordinada a Kodokan.
Em março de 1958, é inaugurado o novo Instituto Kodokan, denominada Meca do judô mundial, num edifício especialmente construído para a organização e a administração do judô, no Japão e no mundo, com um dojo de 500 tatames e seis outros menores, sendo três com 108 tatames e outros três com 54 tatames, que seriam utilizados para os mais diversos objetivos do ensino e do treinamento, com departamentos especiais para crianças, mulheres, estudantes, competidores de alto nível e estrangeiros, além de abrigar dependências para toda à parte de administração, alojamento, restaurante, totalizando 41 áreas específicas.

Existências da Antiga Kodokan
A Kodokan crescia em tamanho, em virtudes e no respeito da sociedade e para que assim continuasse, instituiu Jigoro Kano algumas normas que os alunos prometiam seguir e por elas empenhavam a sua palavra, além de assinar um termo que constava:
No caso de ser admitido no Kodokan, prometo não ensinar ou divulgar os conhecimentos da arte que me será ministrada, salvo permissão das suas autoridades.
Não executarei a arte publicamente para fins de lucro pessoal.
Não conduzirei de tal forma que nunca mancharei a honra e a tradição da Kodokan.
Não abusarei, nem darei um uso indevido ao conhecimento do judô.
Após assinar o termo acima exposto, o pretendente a ser judoca, deveria provar a seriedade de seus propósitos e a sua idoneidade moral. Esta exigência ainda perdura até os nossos dias.

Símbolo do Kodokan
O símbolo do Kodokan é o Yata No Kagami. É composto por um circulo vermelho que representa o Sol, inscrito no centro de uma figura octagonal(OITO lados), é um "espelho mágico", com o poder de revelar o que há na alma de que olha para ele. É uma das três relíqueas passadas pelos deuses ao primeiro imperador japonês e significa sabedoria ou honestidade (a interpretação varia na literatura).Não confundir com a Sakura No Hana (flor de cerejeira). A flor de cerejeira representa, geralmente, as escolas antigas de jujutsu e possuem CINCO lados!

Presidentes do Kodokan
1º Presidente – Jigoro Kano
2º Presidente – Jiro Nango
3º Presidente – Risei Kano (filho do fundador)
4º Presidente – Yukimistu Kano (neto do fundador)

Guardiões do Kodokan
Shiro Saigo (Sugata Sanshiro)
Sakujiro Yokoyama
Yoshiaki Yamashita
Tsunejiro Tomita

Gishin Fukanoshi ensina Karatê na Kodokan
O Ministério da Educação anunciou perto do final do ano de 1921, que seria realizada uma demonstração de Artes Marciais Japonesas Antigas na Escola Superior para mulheres, localizada em Ochanomizu, Tóquio, na primavera seguinte. A prefeitura de Okinawa foi convidada a participar da demonstração, e o departamento de educação pediu para o Sensei Gichin Funakoshi, que apresentasse à sua arte local, o Karatê à capital japonesa. Após Funakoshi aceitar foram logo traçados os planos para realização da mesma. Toda a demonstração foi um grande sucesso.
Quando planejava o regresso a Okinawa, imediatamente depois da demonstração. Teve que adiar o retorno, pois o presidente da Kodokan Judô, Jigoro Kano, pediu para que proferisse uma palestra sobre a arte do Karatê.
Funakoshi hesitou inicialmente, pois não se sentia suficientemente preparado, mas devido ao favor de Kano, concordou em demonstrar-lhe alguns katas. O lugar seria a própria Kodokan, Funakoshi tinha pensado que apenas um grupo muito pequeno, provavelmente constituído pela equipe de instrutores seniores, estaria presente na apresentação. Para seu grande espanto, havia mais de cem espectadores esperando quando chegou, como parceiro de demonstração escolheu Shinkin Gima, que na ocasião estudava na Shoka Daigaku de Tóquio, hoje Universidade Hilot Subashi. Gima era um karateca excelente que havia praticado intensamente antes de sair de Okinawa. Muito impressionado Kano perguntou a Funakoshi quanto tempo seria necessário para dominar os katas que tinham sido demonstrados.
- Um ano, pelo menos. – respondeu Funakoshi.
- Há, isso é muito tempo. – disse Kano. Você poderia ensinar-me apenas alguns dos mais básicos?
Funakoshi sentiu-se muito honrado por esse pedido de um grande mestre de Judô como Jigoro Kano, e, assim concordou.
O respeito e a honra foram tão grandes, que até o fim de sua vida e após a morte do Sensei Jigoro Kano, o Sensei Funakoshi todas as manhãs em Okinawa, fazia reverencia em direção ao Kodokan, em homenagem e respeito ao mestre Kano, que sem sombras de dúvidas não foi apenas o responsável pela divulgação do Judô, foi o mais influente propagador das artes marciais japonesas, abrindo caminho para todas (Judô, karate-dô, Kendô, Ju-jitsu, Jiu-jitsu, ninjitsu, etc.).

Um pouco de curiosidade sobre Judô


Esse esporte, o judô, foi criado há 120 anos por Kanoo Jigoroo (1860 – 1988). Após formar-se na área de Política do Departamento de Literatura e também na área de Ciências Financeiras da Universidade Imperial de Tóquio, Kanoo ocupou sucessivamente cargos como Diretor da 5ª Escola Secundária de Kumamoto, Diretor da 1ª Escola Secundária de Tóquio, entre outros. Também foi alto funcionário do governo, tendo sido Conselheiro do Ministério da Educação e um educador. Desde pequeno foi franzino, e após ingressar no segundo grau, por ser do tipo intelectual, sofria agressões físicas dos grupos menos refinados. Para superar isso, tomou a decisão de dominar o jiu-jutsu da Era Meiji e baseando-se nos fundamentos tirados de tenshin-shin-yooryuu, kitou-ryuu e outros, criou o chamado judô, que reunia ingredientes científicos e educativos e objetiva "dominar a força bruta através da maleabilidade". Teve como meta constituir-se de três formas de educação: intelectual, moral e física, de forma equilibrada. Para tanto, abriu inicialmente em Eishooji Shitara, Tóquio, no ano 15 da Era Meiji (1882), a academia Koodookan com nove membros no primeiro ano e 3 mil no ano 30 da Era Meiji. No mesmo local instalou o Instituto Educacional Kanoo, convivendo com os aprendizes desde o despertar até o adormecer. Constituiu também em outro local uma escola particular chamada Koobunkan onde todas as aulas eram ministradas com livros originais em inglês. Centrado na política de que "judô é educação", erigiu os três seguintes métodos:
Método de luta: renovar o método didático tradicional de jiu-jutsu que é o da transmissão de pensamento, explicando cientificamente a força da gravidade, segundo rigorosas leis da dinâmica, advertindo contra golpes baseados na força que contrariem tais leis.
Método de educação física: treinar para se ter um desenvolvimento harmonioso de cada parte do corpo, evitando golpes perigosos.
Método de Desenvolvimento Moral: dar importância à postura de respeito entre os aprendizes e transmitir a relação entre os ensinamentos da Moral e o judô. Pela influência sua, que chegou a ser alto funcionário do Ministério da Educação, judô foi incluído dentro do currículo escolar, tornando-se aos poucos o centro das artes marciais do Japão. Lançou ainda no 31 Meiji (1898) a revista educativa para jovens kokushi. O objetivo desta revista foi definido como: "Após a revolução de Meiji, Japão modernizou-se rapidamente com a introdução de culturas estrangeiras. No entanto, urge ainda igualarmos com a Europa e as Américas o nível cultural, político, econômico e recursos a ponto de não nos sentirmos inferiores a eles. Para isso, é necessário investirmos na educação dos infanto-juvenis, formando o maior número possível de kokushi, ou seja, jovens capazes de conscientizar-se da situação atual e do futuro da nação, e que lutam para a concretização do ideal". Depositou sua esperança nos jovens para colocar o Japão como um país do primeiro mundo, numa época anterior à guerra sino-japonesa e russo-japonesa, em que o ocidente desprezava aquele país como sendo do terceiro mundo. Dessa foram, judô não era somente mais uma arte marcial, visava também a formação de uma elite patriota. Theodore Roosevelt, Presidente dos Estados Unidos, interessou-se por uma arte em que homens de pequeno porte físico derrubam homens de avantajado porte, tornando-se um amante da arte marcial oriental judô, dedicando-se ao treinamento recebido diretamente de um judoca convidado do Japão. Uma das pessoas fortemente impressionadas por essa política foi Koosei Maeda, conhecido como Conde Koma (1878 – 1941), nascido em Hirosaki, província de Aomori. Maeda, que posteriormente tornou-se um dos três melhores do Koodokan, recebeu treinamento nessa academia e após isso realizou lutas na Europa, América e Cuba, colecionando vitórias em lutas corporais e segundo dizem, ganhando prêmios. Em 1926, decidiu-se que "A terra para o desenvolvimento do povo japonês é a Amâzonia" e dedicou-se totalmente no desbravamento da Amazônia. Consta que ensinou judô na marinha e em faculdades. Possuiu academia própria mas atualmente não há nenhum sucessor. No entanto, dizem que Hélio Gracie, fundador do estilo Gracie de jiu-jutsu aprendeu judô na academia do Maeda.Obs: Artigo publicado no Jornal S. Paulo Shinbum de 8/3/2001

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Novas Regras


A partir de 2009

Novas regras atribuem nova dinâmica

A partir de 2009 haverá alterações nas regras da modalidade. Os combates terão menos paragens, havendo maior dinâmica e mais penalizações para quem praticar um judo defensivo.A vantagem de koka desaparece, passando o yuko a ser a vantagem mínima, sendo que em simultâneo o primeiro castigo é extinto, ou seja, os juízes farão um aviso inicial e só a partir daí, perante prática incorrecta, é que aplicarão o castigo devido, que punirá o infractor com um yuko. Refira-se ainda que o golden score foi reduzido de cinco minutos para três minutos.